O Homem que Vendia Sonhos


Era velho, era só e vendia sonhos.

Acordava antes do sol, pegava seus sonhos e saía de bicicleta – chapéu na cabeça e esperança nos olhos.

Pedalava lentamente pela cidade toda, oferecendo sonhos a quem interesse houvesse, indagando aos gritos e quase em desespero quem é que queria um sonho. Era raro que alguém respondesse – mais raro ainda que a resposta fosse positiva.

Somente as crianças e os loucos sentiam alegria ao vê-lo – e jamais recusavam-se a pegar um sonho para si.

Nem se lembrava há quanto tempo exercia encargo tão pesado – vender sonhos num mundo pleno de insônia.